Tempos houve, já fazem uns assombrosos 10 anos que me fazem sentir que de facto não caminho para novo, em que a minha cabeça era ornamentada por longos caracóis loiros, e a minha face bastante mais redonda e com menos rugas era enquadrada por uma hirsuta barba. Conjunto de características que me valiam a alcunha de Jesus Cristo, pela familiaridade de feições partilhadas entre mim e a dita personagem.
Hoje, com menos barba e bem menos cabelo (outra coisa que me lembra que houve acidentes de percurso e mais uma vez do meu caminhar a passos largos para longe da minha juventude), sinto-me bem mais perto dessa personagem que nunca.
Depois de enfiar dois pregos nos pés, posso dizer que o senhor realmente deve ter sofrido um bocadito.
segunda-feira, 4 de março de 2013
Sanctity
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Reminisce
You had so much to give, you thought I couldn't see.
Gifts for boot heels to crush, promises deceived
I had to send it away to bring us back again.
Your eyes and body brighten silent waters, deep.
Your precious daughter in the other room, asleep.
A kiss "Goodnight" from every stranger that I meet.
I had to send it away to bring us back again.
Morning theft, and pretender left, ungrateful.
True Self is what brought you here, to me.
A place where we can accept this love.
Friendship battered down by useless history,
Unexamined failure.
What am I still to you?
Some thief who stole from you?
Or some fool drama queen whose chances were few?
Love brings us to who we need,
a place where we can save
A heart that beats as both siphon and reservoir.
You're a woman, I'm a calf.
You're a window, I'm a knife.
We come together making chance into starlight.
Meet me tomorrow night, or any day you want.
I have no right to wonder just how, or when.
And though the meaning fits, there's no relief in this.
I miss my beautiful friend.
I had to send it away to bring her back again.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
Das viagens
que fazíamos de vidros abertos, a saborear a transição dos dias frios para as mais doces tardes primaveris. Das viagens às sei-lá-bem quantas da manhã, como dois fugitivos, pela noite fora naquela que era a viagem mais dura de fazer durante todo o dia. Das que fazíamos a descobrir os pequenos recantos da cidade, ou até aldeias submersas, ou das que fazíamos entre montanhas em que tu te fazias de mulher crescida, até que desistias com medo das escarpas íngremes que se estendiam de cada lado da estrada.
Da que fizemos num trapézio sem rede para fora do alcance de tudo o que chamávamos de lar.
Voltava a fazer todas sem excepção.
Perguntaste-me por que razão não escrevia mais. Imagino que não escrevia mais porque era feliz. As palavras saem-me mais facilmente quando o meu estado de espírito se assemelha à noite tempestuosa que atravessei ontem e que ainda pesa sobre mim hoje. Hoje sou eu quem tem medo das escarpas de ambos os lados da estrada, que se abrem como bocas famintas para me tragar. Mais uma vez é noite, e pela primeira vez sinto que não te tenho a ti a conduzir, a penetrar a escuridão com os teus olhos de âmbar que pareciam ver tudo para além da curta distância que os faróis iluminavam. E tenho medo.
Não espero um perdão fácil pelos meus crimes. De facto, uma miríade de pessoas poderiam erguer dedos acusadores a apontar "ecce homo". Mas são muito, muito poucas a quem eu estou disposto a provar e mostrar que sou, que consigo ser mais e melhor.
Dizem que o velho ditado chinês reza que "todas as grandes viagens se iniciam com um simples passo".
Mas como fazer quando não sei dar um passo sem ti?
http://www.youtube.com/watch?v=qVan2BqwgW0&feature=youtube_gdata_player