É um debate com mais de duzentos anos, o que Emanuel Kant e Benjamin Constant travaram. E eu inclino-me, irremediavelmente, para Constant: torcer um bocadinho a verdade pode ser útil. Já Kant dizia que se um assassino nos pergunta pelo vizinho, é imperativo dizermos onde ele está.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
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9 comentários:
Talvez devessem todos ser.
Talvez, "Anónimo", talvez. Mas devíamos ser todos o quê? Ceder a Constant ou mantermo-nos Kantianos?
Desafio uma resposta :)
"Ela era Kant até à medula dos ossos" - Respondido.
Verdade acima de tudo, independentemente das consequências nefastas que isso possa trazer?
Vejo isso como um imperativo moral gasto, que nem mesmo Kant conseguia respeitar ^^
Mas opiniões são válidas, e obrigado Anónimo pelo comentário :)
"A verdade jamais é pura, raramente é simples, e no fim de contas, trata-se apenas da opinião que sobreviveu."
Oscar Wilde
"If we thought ahead, so much damage could be avoided." Eepensar as nossas acções mesmo antes de as praticarmos, tornaria a verdade fosse mais fácil.
Não estou a fazer de forma alguma um "elogio da mentira", mas temos de ser coniventes com a ideia de que manipular factos torna-se infinitamente mais interessante do que debitá-los. E o engenho é, no fim de contas, a maior das armas do ser humano, com tudo o que de bom e de mau arrasta consigo. A existência da consciência humana provoca desde logo a presunção da mentira: é, afinal de contas, o "mentirmos" à nossa condição animal. Chamemos-lhe "pecado original", para mentes mais conservadoras; eu prefiro "ferramenta evolucionista" do ponto de vista social.
E se até Deus, "the Big Boss himself", premiou a astúcia do ardil de Jacob sobre o seu irmão Esaú...
"Nice guys finish last."
Green Day
^^
Apenas um mentiroso compulsivo.
Quem nunca pecou que atire a primeira pedra, Anónimo. E se em busca da tão propalada verdade que, depreendo eu, tu defendes, não esqueçamos os tipos de mentira: por fabricação de uma verdade alternativa, por manipulação de factos e por último (a que se adequa no seu caso), por ocultação.
Se minto? Não mais do que qualquer outra pessoa. Há mentiras mais graves que outras? Talvez, mas não estamos a medir escalas de grandeza. Nunca ocultei cadáveres; já um ou outro esqueleto do meu armário, sim, sem dúvida. E muito incómodo seria se todos nos limitássemos à verdade.
Moralismos baratos não fazem o meu género, e desengane-se se pensa que está a conseguir atingir-me de alguma forma ou se, por algum acaso, vai "salvar-me" da decadência da mentira.
Quem estiver acima da condição humana, may he please step forward and save us all.
Mil vezes a flexibilidade de pensamento do que a grilheta de um fundamentalismo infundado, mesmo que o mesmo defenda a verdade a todo o custo. Algumas verdades que fiquem guardadas.
=) to you too.
Volte sempre, Anónimo. Bom Domingo.
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