segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Is this the way to get us back?


'cause theres no place that I could be without you

domingo, 25 de novembro de 2012

Das viagens

que fazíamos de vidros abertos, a saborear a transição dos dias frios para as mais doces tardes primaveris. Das viagens às sei-lá-bem quantas da manhã, como dois fugitivos, pela noite fora naquela que era a viagem mais dura de fazer durante todo o dia. Das que fazíamos a descobrir os pequenos recantos da cidade, ou até aldeias submersas, ou das que fazíamos entre montanhas em que tu te fazias de mulher crescida, até que desistias com medo das escarpas íngremes que se estendiam de cada lado da estrada.
Da que fizemos num trapézio sem rede para fora do alcance de tudo o que chamávamos de lar.
Voltava a fazer todas sem excepção.

Perguntaste-me por que razão não escrevia mais. Imagino que não escrevia mais porque era feliz. As palavras saem-me mais facilmente quando o meu estado de espírito se assemelha à noite tempestuosa que atravessei ontem e que ainda pesa sobre mim hoje. Hoje sou eu quem tem medo das escarpas de ambos os lados da estrada, que se abrem como bocas famintas para me tragar. Mais uma vez é noite, e pela primeira vez sinto que não te tenho a ti a conduzir, a penetrar a escuridão com os teus olhos de âmbar que pareciam ver tudo para além da curta distância que os faróis iluminavam. E tenho medo.
Não espero um perdão fácil pelos meus crimes. De facto, uma miríade de pessoas poderiam erguer dedos acusadores a apontar "ecce homo". Mas são muito, muito poucas a quem eu estou disposto a provar e mostrar que sou, que consigo ser mais e melhor. 

Dizem que o velho ditado chinês reza que "todas as grandes viagens se iniciam com um simples passo".

Mas como fazer quando não sei dar um passo sem ti?

http://www.youtube.com/watch?v=qVan2BqwgW0&feature=youtube_gdata_player

terça-feira, 19 de junho de 2012

Efemeride

Sou invisivel.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Que merdas vos dão a fumar nos cursos de escrita creativa?

Senhores argumentistas/coiso da SIC:

Isto:


não é o tipo de cena que vá bem com esta canção.

Mesmo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vai uma crucifixaçãozinha?

I shit you not.

Adoro acordar cedo, depois de uma noite curta de sono, e ler o jornal. Acende-me a vontade de destilar veneno, só porque sim. Principalmente se for para derramar ódio em cima de uma notícia que mexe com a minha liberdade, ainda para mais num jornal que é propriedade da Igreja. Isso é a cereja no topo do bolo.
Sexta feira resolvi ler o "Diário do Minho". Um dos escaparates chamou-me a atenção. "Lei do tabaco deve ser alterada porque é muito permissiva.", a qual tratava de uma palestra ministrada a alunos do Ensino Secundário de Braga. Puxei de um cigarro. Já sabia que ia chatear-me.
Eu, pecador, me confesso. Sou fumador, essa raça que pelos vistos tem de ser caçada e feita exemplo. Vlad Tepes, volta, estás perdoado. O Dr. Manuel Macedo, pneumologista cioso dos seus deveres, resolve acicatar ainda mais as hostes de camponeses contra os ogres e os dragões que contaminam o ar impoluto que respiram e as vidas assépticas e santificadas que levam. Nosso Senhor do Betadine e da Pasteurização os livre de terem de conviver connosco, párias, intocáveis.
Não me dei ao trabalho de transcrever a ignomínia, deixei isso no link lá em cima à direita. Em traços gerais, uma Associação (mais uma), presidida por um Senhor Doutor, acha que a cruzada contra os fumadores ainda não é dura que chegue. Quem quiser consultar a reportagem, para não me acusar de faccioso e de a comentar de forma descontextualizada, que se sinta à vontade. Em curtos excertos, com licença, vou refilar.

"Esta lei não serve, precisamos de uma lei em que haja proibição total nos espaço fechados como a que existe em Espanha."

- Manuel Macedo, médico pneumologista, Presidente da Associação para a Prevenção e Tratamento do Tabagismo em Braga (APT-TB).

"A associação que e este médico pneumologista preside procedeu recentemente a uma medição da qualidade do ar num dos mais conhecidos bares de Braga e nalguns restaurantes que estavam adequados à Lei, e chegou à conclusão que os níveis de nicotina no ar era igual nos espaços em que se podia fumar e nos que era proibido."

- A única coisa que posso retirar daqui é que a Lei é uma palermice. Se estão "na Lei", ou seja, com áreas delimitadas entre fumadores e não fumadores, com sistemas de extracção de fumos, com sinalética e tudo o mais que seja requisito essencial de legalidade, e afinal de contas, a qualidade do ar é idêntica em ambas as partes, isso quer dizer que tudo o que foi exigido aos proprietários é um embuste. Foi tudo planeado, estudado e comprovado com o nível de rigor que se impõe a um lobby. Que é o mesmo que zero. E tem a eficácia que se vê. Concordo que ninguém tem de levar com o meu fumo. Concordo. Mas dizerem-me "aqui podes fumar, é seguro para quem não quer ter nada a ver com isso", eu confio. Mais uma vez, confiámos numa Lei (pelo menos, eu e os não-fumadores menos escrupulosos) e vemo-nos no fim a braços com quem exigiu a Lei e elaborou os estudos que estabeleceram os quês e os porquês da mesma a dizerem um pueril "oops".

"Fumar em corredores e à porta de ambientes de trabalho também pode ser prejudicial (...) porque se houver vento o fumo entra nos espaços fechados e acaba por afectar quem está lá dentro."

- Sim. Concordo que não se fume NO CORREDOR do local de trabalho. Agora à porta? Proibir? Bem, já não bastava colocar os fumadores lá fora. Interponham uma providência cautelar, onde conste que não podem aproximar-se mais do que "X" metros de uma entrada. Aliás, de pessoas. Melhor, ao melhor estilo da paranóia medieval, obriguem-nos a usar uma sineta e mandem-nos pelos campos e florestas fora, como se fossem leprosos. E não abram as portas. Pode haver vento... (Por falar em vento... Se estiver sol, está uma riqueza de um dia, se chover é chato, se tiverem uma porta aberta e estiver vento, ele entra. Toda a panóplia de conhecimento empírico acerca da meteorologia usada como argumento. Uma ideia, Sr. Dr: fumar só junto de mangas de vento e com o estado de Alerta Verde da Protecção Civil. Se vamos ser picuinhas, vamos sê-lo a sério, que não gosto cá de meias medidas.)

Isto vai melhorando, prometo.

"A Associação já deu o seu parecer à Direcção Geral de Saúde para que a Lei do Tabaco seja mais incisiva e proiba, inclusivamente, o consumo de tabaco dentro das viaturas."

- Nas palavras da Virgem Maria: oh repete lá a ver se eu entendi...?

Esta pretensa medida leva-me ao excerto seguinte:

"O fumador é um toxicodependente, só que fuma uma droga lícita."

- À luz desta afirmação, apenas posso relacionar com a anterior, e avisar os senhores da Associação que eu fumo uma droga lícita. Quanto à que os senhores fumam, já não consigo situar com toda a certeza a legalidade da mesma...

"Lembrando que o tabaco provoca problemas de saúde a nível do coração, sangue, pulmões e arterial, o pneumologista sugeriu aos jovens que em vez de fumar utilizem o tempo a praticar desporto e a namorar. Num dos vídeos exibidos, apareciam dois jovens, um desportista e outro fumador, a tentar conquistar uma rapariga. Na disputa, a jovem acaba por escolher o não fumador. O fumador, desapontado, decide não fumar mais e começa a praticar desporto, terminando a história com este a conquistar o coração de outra rapariga. «Não tentem copiar os adultos que fumam. Os rapazes e as raparigas gostam mais de quem não fuma. Lembrem-se que fumar mata.»

- Podia dissertar acerca do quão ridículo isto soa. Mas não vou tomar muito tempo. Apenas pequenas coisas. Se eu fosse um miúdo a assistir a isto, ia sentir-me muito insultado. Se vão limitar e moldar a minha opinião, ao menos esforcem-se. Não me façam passar por idiota, que gosto muito pouco. Posso ser tendencioso (tanto como esses senhores) e retirar todas as outras ilações, muito mais giras, que estão patentes no conceito do vídeo:

- importante é praticar desporto. Aliás, praticar desporto, estudar, tocar um instrumento, e por aí fora. Dediquem-se a isso, sejam bons no que fazem, e depois tentem arranjar uma namorada. A menos que arranjem uma namorada maratonista que vos acompanhe, uma namorada que vos vira as partituras e atura os ensaios, as secas nos concertos, o chegar a casa a más horas, e por aí fora, boa sorte. Falo por experiência própria;
- se a miúda não te quer, não desesperes. Há outras por aí fora. Isso melhora muito os índices de auto-estima de qualquer adolescente na puberdade;
- não tentem copiar os adultos que fumam. Aliás, não tentem copiar os adultos. Principalmente os que tentam manipular o vosso espírito crítico. Sejam adultos por direito próprio. Se escolherem fumar, façam-no de forma consciente, como com tudo na vossa vida. Questionem, interroguem, experimentem. Sejam o que quiserem, e não o que querem que sejam.

Pronto. Já está. Já não tenho mais bílis para mandar cá para fora. Sinto-me bem melhor. Acho que vou ali fumar um cigarro e já venho.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011