segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vai uma crucifixaçãozinha?

I shit you not.

Adoro acordar cedo, depois de uma noite curta de sono, e ler o jornal. Acende-me a vontade de destilar veneno, só porque sim. Principalmente se for para derramar ódio em cima de uma notícia que mexe com a minha liberdade, ainda para mais num jornal que é propriedade da Igreja. Isso é a cereja no topo do bolo.
Sexta feira resolvi ler o "Diário do Minho". Um dos escaparates chamou-me a atenção. "Lei do tabaco deve ser alterada porque é muito permissiva.", a qual tratava de uma palestra ministrada a alunos do Ensino Secundário de Braga. Puxei de um cigarro. Já sabia que ia chatear-me.
Eu, pecador, me confesso. Sou fumador, essa raça que pelos vistos tem de ser caçada e feita exemplo. Vlad Tepes, volta, estás perdoado. O Dr. Manuel Macedo, pneumologista cioso dos seus deveres, resolve acicatar ainda mais as hostes de camponeses contra os ogres e os dragões que contaminam o ar impoluto que respiram e as vidas assépticas e santificadas que levam. Nosso Senhor do Betadine e da Pasteurização os livre de terem de conviver connosco, párias, intocáveis.
Não me dei ao trabalho de transcrever a ignomínia, deixei isso no link lá em cima à direita. Em traços gerais, uma Associação (mais uma), presidida por um Senhor Doutor, acha que a cruzada contra os fumadores ainda não é dura que chegue. Quem quiser consultar a reportagem, para não me acusar de faccioso e de a comentar de forma descontextualizada, que se sinta à vontade. Em curtos excertos, com licença, vou refilar.

"Esta lei não serve, precisamos de uma lei em que haja proibição total nos espaço fechados como a que existe em Espanha."

- Manuel Macedo, médico pneumologista, Presidente da Associação para a Prevenção e Tratamento do Tabagismo em Braga (APT-TB).

"A associação que e este médico pneumologista preside procedeu recentemente a uma medição da qualidade do ar num dos mais conhecidos bares de Braga e nalguns restaurantes que estavam adequados à Lei, e chegou à conclusão que os níveis de nicotina no ar era igual nos espaços em que se podia fumar e nos que era proibido."

- A única coisa que posso retirar daqui é que a Lei é uma palermice. Se estão "na Lei", ou seja, com áreas delimitadas entre fumadores e não fumadores, com sistemas de extracção de fumos, com sinalética e tudo o mais que seja requisito essencial de legalidade, e afinal de contas, a qualidade do ar é idêntica em ambas as partes, isso quer dizer que tudo o que foi exigido aos proprietários é um embuste. Foi tudo planeado, estudado e comprovado com o nível de rigor que se impõe a um lobby. Que é o mesmo que zero. E tem a eficácia que se vê. Concordo que ninguém tem de levar com o meu fumo. Concordo. Mas dizerem-me "aqui podes fumar, é seguro para quem não quer ter nada a ver com isso", eu confio. Mais uma vez, confiámos numa Lei (pelo menos, eu e os não-fumadores menos escrupulosos) e vemo-nos no fim a braços com quem exigiu a Lei e elaborou os estudos que estabeleceram os quês e os porquês da mesma a dizerem um pueril "oops".

"Fumar em corredores e à porta de ambientes de trabalho também pode ser prejudicial (...) porque se houver vento o fumo entra nos espaços fechados e acaba por afectar quem está lá dentro."

- Sim. Concordo que não se fume NO CORREDOR do local de trabalho. Agora à porta? Proibir? Bem, já não bastava colocar os fumadores lá fora. Interponham uma providência cautelar, onde conste que não podem aproximar-se mais do que "X" metros de uma entrada. Aliás, de pessoas. Melhor, ao melhor estilo da paranóia medieval, obriguem-nos a usar uma sineta e mandem-nos pelos campos e florestas fora, como se fossem leprosos. E não abram as portas. Pode haver vento... (Por falar em vento... Se estiver sol, está uma riqueza de um dia, se chover é chato, se tiverem uma porta aberta e estiver vento, ele entra. Toda a panóplia de conhecimento empírico acerca da meteorologia usada como argumento. Uma ideia, Sr. Dr: fumar só junto de mangas de vento e com o estado de Alerta Verde da Protecção Civil. Se vamos ser picuinhas, vamos sê-lo a sério, que não gosto cá de meias medidas.)

Isto vai melhorando, prometo.

"A Associação já deu o seu parecer à Direcção Geral de Saúde para que a Lei do Tabaco seja mais incisiva e proiba, inclusivamente, o consumo de tabaco dentro das viaturas."

- Nas palavras da Virgem Maria: oh repete lá a ver se eu entendi...?

Esta pretensa medida leva-me ao excerto seguinte:

"O fumador é um toxicodependente, só que fuma uma droga lícita."

- À luz desta afirmação, apenas posso relacionar com a anterior, e avisar os senhores da Associação que eu fumo uma droga lícita. Quanto à que os senhores fumam, já não consigo situar com toda a certeza a legalidade da mesma...

"Lembrando que o tabaco provoca problemas de saúde a nível do coração, sangue, pulmões e arterial, o pneumologista sugeriu aos jovens que em vez de fumar utilizem o tempo a praticar desporto e a namorar. Num dos vídeos exibidos, apareciam dois jovens, um desportista e outro fumador, a tentar conquistar uma rapariga. Na disputa, a jovem acaba por escolher o não fumador. O fumador, desapontado, decide não fumar mais e começa a praticar desporto, terminando a história com este a conquistar o coração de outra rapariga. «Não tentem copiar os adultos que fumam. Os rapazes e as raparigas gostam mais de quem não fuma. Lembrem-se que fumar mata.»

- Podia dissertar acerca do quão ridículo isto soa. Mas não vou tomar muito tempo. Apenas pequenas coisas. Se eu fosse um miúdo a assistir a isto, ia sentir-me muito insultado. Se vão limitar e moldar a minha opinião, ao menos esforcem-se. Não me façam passar por idiota, que gosto muito pouco. Posso ser tendencioso (tanto como esses senhores) e retirar todas as outras ilações, muito mais giras, que estão patentes no conceito do vídeo:

- importante é praticar desporto. Aliás, praticar desporto, estudar, tocar um instrumento, e por aí fora. Dediquem-se a isso, sejam bons no que fazem, e depois tentem arranjar uma namorada. A menos que arranjem uma namorada maratonista que vos acompanhe, uma namorada que vos vira as partituras e atura os ensaios, as secas nos concertos, o chegar a casa a más horas, e por aí fora, boa sorte. Falo por experiência própria;
- se a miúda não te quer, não desesperes. Há outras por aí fora. Isso melhora muito os índices de auto-estima de qualquer adolescente na puberdade;
- não tentem copiar os adultos que fumam. Aliás, não tentem copiar os adultos. Principalmente os que tentam manipular o vosso espírito crítico. Sejam adultos por direito próprio. Se escolherem fumar, façam-no de forma consciente, como com tudo na vossa vida. Questionem, interroguem, experimentem. Sejam o que quiserem, e não o que querem que sejam.

Pronto. Já está. Já não tenho mais bílis para mandar cá para fora. Sinto-me bem melhor. Acho que vou ali fumar um cigarro e já venho.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Planos

Um dia tracei um plano para te encontrar. Para me procurares. Ia escrever em todas as agendas , todos os blocos, cadernos, moleskines que encontrar a minha morada. A minha vida. Onde estou e onde não estou. Ia invadir todas as lojas, abrir tudo e escrever-me por completo, antes de ser apanhado pelos seguranças dos hipermercados ou de ser impedido de entrar nas livrarias da cidade.
Ia violar todas essas páginas em branco com o meu paradeiro, comigo, com todas as pistas de mim para ti, para me encontrares.
Só mais tarde vi que tal era impossível. Somos demasiado diferentes.
Eu gasto-me em bocados de papel com sonhos e nervos. E tu nunca tiveste uma agenda sequer.

domingo, 6 de novembro de 2011

Blasfémias & Cia - V




Jesus foi o primeiro zombie.

He came back from the dead.




Adaptabilidade



Mile High Club para quem tem medo de alturas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Entretanto, por aí...

No carro:

- Ele: O que vai ser o jantar?
- Ela: Vamos comer sobras. Trouxe lombo que sobrou do almoço.
- Ele: Hum...
- Ela: Tu gostas. Já conheces o lombo da minha mãe.
- Ele: Eu JURO que não sabia que ela estava a tomar banho...!!!

Marketing 101 - Pt. II




O mais próximo que alguma vez estive de emprenhar pelos ouvidos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Blasfémias & Cia - IV




Passei na festa da Senhora das Dores e vi pessoas que deixavam dinheiro.


Eu deixei um Brufen.



Diz que faziam um bom trabalho

Tenho pensado cada vez mais que deviam reeditar o "Ponto de Encontro" na SIC, só para reencontrar o Henrique Furtado. Há uns anos que não lhe pomos a vista em cima.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Eia, lembras-te daquela??




"O Conselho de administração do FMI vai reunir-se informalmente para avaliar as consequências da detenção do seu director-geral".





Significa isto que eles vão tomar um copo e partilhar as historias das miúdas que têm conhecido nos últimos tempos.

domingo, 1 de maio de 2011

Living on the edge




Ser alérgico a marisco e comer rissóis sem os abrir primeiro.



quarta-feira, 27 de abril de 2011

Blasfémias & Cia - III




Se realmente existe um deus e um demónio, gosto mais do segundo;
ele esforça-se mais.



domingo, 24 de abril de 2011

Blasfémias & Cia - II







O Compasso está para a Páscoa como o Circo Chen está para o Natal.








sábado, 23 de abril de 2011

Love? It's Overrated - XX

Ela: Perdi o fim do filme por tua causa!
Ele: Oh bolas, desculpa... Era sobre quê?
Ela: Uma coisa qualquer sobre um tipo que estava a tentar salvar a namorada que tinha sido raptada por extraterrestres...
Ele: Hum... era bom?
Ela: Nah, típico filme americano com cenas de aviões, a tentarem matar o presidente, CIA e afins ao barulho...
Ele: ....
Ela: Que foi?
Ele: Nada. Acabaste de destruir a lista de filmes que íamos ver nas próximas semanas.

terça-feira, 22 de março de 2011

Love? It's Overrated - XIX




Ela: Vá lá, não podes ser assim tão mau.



Famous last words.



segunda-feira, 7 de março de 2011

Amor & Beringelas

Entrou de rompante no café a sacudir o casaco, encharcada da chuva que caía lá fora em roldões, como quando tentava afastar de si aquela poeira fina de saudade que a cobria naquelas tardes solarengas de Outubro. A sensação provocada pelo aroma adocicado do fumo que pairava e o calor que se fazia notar no interior arrancaram dela o primeiro meio sorriso do dia, ao mesmo tempo que a promessa de um chá preto bem quente a fez finalmente descontrair os ombros depois daquele dia aparentemente interminável.
Sentou-se na primeira mesa que encontrou livre junto da enorme janela que corria junto à rua, talvez a visão da chuva a cair implacável lá fora a distraísse da chuva que caía dentro da sua cabeça. Ou talvez fosse para que pudesse vê-lo chegar. Sim, era isso. Tinha-se sentado de costas para a porta, numa tentativa de prolongar a surpresa de não saber quem ele era, experimentando ao mesmo tempo adivinhar nos rostos dos homens que passavam na rua quem ele seria. Era a primeira vez que fazia tal coisa, combinar um encontro com um homem que não conhecia de lado algum tirando de um fórum sobre culinária. Um encontro fortuito pelas encruzilhadas da informação, algum farsola (pensava ela) disfarçado de homem supostamente sofisticado, que usa a culinária como muleta para o engate, mas que afinal (constatou ela) inventava pratos com beringela, e por coincidência, gostava tanto como ela de Chagall, tinham A Música do Acaso sempre por perto (ela na cabeceira, ele na mesa de café na sala) e ouviam ambos Morphine quando o sono teimava em não aparecer. Daí a marcarem um encontro foi apenas o tempo de acharem que dois trintões desiludidos com o amor mas ansiosos por ele têm mais que fazer do que apenas comunicarem por mensagens elegantemente provocatórias através de um monitor.
E assim ela tentava adivinhar onde ele se encaixava nos rostos anónimos que passavam na rua. Não, não podia ser o executivo de gabardina caqui, que fugia desastradamente da chuva com a gravata em desalinho e a calva protegida por uma pasta engraxada. Ainda menos o sujeito com aspecto de taxista, com um bigode tipicamente benfiquista amarelecido pela nicotina. Talvez fosse o indivíduo que atravessava agora a rua. Bem constituído, ombros largos, passo decidido e ligeiro, com calças de ganga e um blusão de malha polar. Chegou a desejar que fosse esse, por uns segundos, levada pela excitação do insólito da situação e pelos modelos francamente maus com que se tinha entretido até aí. Talvez estivesse até a esboçar um sorriso inconsciente para o estranho que atravessava a passadeira em frente a ela, já que o mesmo sorriu com a delonga do predador ao observá-la pela montra, tendo-se esbatido logo a ilusão ao mesmo tempo que seguiu na direcção oposta à da porta do café. "Ainda assim, bem que podia ser... Aposto que me dava uma foda, aqui mesmo em cima do carro, tão grande que me fazia um filho" - e automaticamente todo o peso de uma infância judaico-cristã se traduziu nela sob a forma de um rubor inflamado e censório.
O chá preto seguiu-se de um café e de uma água tónica, em reacção ao atraso mais que óbvio do cada vez mais insolente desconhecido. A espera prolongou-se por mais de duas horas sem que o mesmo desse sinal de aparecer, e todas as chamadas feitas para o telemóvel caíram uma e outra vez directamente no voice mail, transportando o estado anímico dela de uma leve preocupação para o desespero, descambando finalmente na fúria intempestiva com que bateu os trocos na mesa quando se levantou e na auto-comiseração de quem mais uma vez levou uma tampa do tamanho do universo.
Saiu a correr do café, sem vestir sequer o casaco, mergulhando sem respirar na chuva que caía cada vez mais forte na rua. A mesma chuva que lhe toldou totalmente a visão quando atravessou a rua fora da passadeira contra seu costume, e impediu que visse o carro que derrapava já no asfalto encharcado, a tentar adiar o encontro inevitável entre a carne e o metal.
Acordou umas horas depois numa cama de hospital, estranhando a linha de soro ligada à mão esquerda e o gesso que lhe envolvia a perna direita. Desorientada e com a boca seca, olhou em volta no quarto, ao mesmo tempo que se apercebeu da mão quente e segura que lhe segurava a mão direita e uma voz mais ou menos familiar lhe explicou calmamente o que tinha acontecido, lamentando não ter conseguido parar o carro na pressa que levava para chegar ao local de encontro, e ainda mais que o mesmo fosse num quarto de hospital (incluiu, mais tarde, de forma humorada, que de facto o primeiro encontro tinha sido com ela espatifada no pára brisas partido do carro dele). Não conseguiu associar o rosto à voz, mas a visão dos olhos cor de âmbar que repousavam nela, mistos de aflição com alívio e o toque que a tranquilizava nessa altura em que nos sentimos tão frágeis como imbecis, fez com que esse insólito momento se transformasse na coisa mais estranhamente plausível. Uma perna partida não se compara por nada a um coração de deixa de ganir.
Guardaram o gesso cheio de rabiscos num arrumo quando foram viver juntos, e ainda hoje no aniversário do seu primeiro encontro, ironicamente desastroso, trazem-no para baixo e lêem os pequenos haikus que ele escreveu todos os dias quando a visitava no hospital. Já só têm um exemplar do Auster, ouvem Morphine enquanto fazem amor (presumo eu, não acredito que sofram de insónias nos braços um do outro) e inventaram juntos muitas mais receitas que incluíssem beringela. Concordaram atempadamente que Matisse seria melhor para decorar a sala.
Continuam juntos hoje, 6 anos depois. "Para a vida", dizem eles.
E eu acredito.

Love? It's Overrated - VIII

Sonhava desde pequenina para ela o casamento perfeito. Entrar na igreja pelo braço do pai, de vestido branco, com marcha nupcial tocada por um quarteto, meninos das alianças de caracóis dourados e ele, o príncipe encantado, a esperá-la, ao fundo da nave.
Os anos passaram, a menina cresceu; tornou-se um tanto quanto menos espiritual, o que fez com que o pormenor igreja fosse menos preponderante que aquilo que imaginava nos Domingos de manhã de catequese. O simbolismo do branco perdeu-se pelo caminho com o primeiro, que ela julgou ser príncipe, e levou-o com ele, de uma vez só e enleado em mentiras, sucumbido a partir daí em assomos não muito frequentes mas firmes, à fraqueza da carne.
De candidato em candidato, com os anos a avançarem de forma implacável, acabou por conciliar num só todas as aspirações, aquele que reunia as condições menos boas em detrimento das más. Nem sempre as segundas (ou demais) opções têm de ser encaradas como inviáveis, pensava.
Amava, finalmente. Resignada, conformada, pressionada.
Mas se havia coisa de que não prescindia era do vestido. Marcadas que foram as bodas, iniciou automaticamente as provas, escolhendo meticulosamente nas revistas que lia na modista o melhor de cada modelo, esgotando a paciência da pobre funcionária com as constantes alterações que propunha a cada dia. Imaginava, pelo menos isso, o vestido perfeito. Ao menos que isso assim fosse.
O príncipe acabou por se revelar não tão principesco quanto isso. Por ironia (a que me deu na veneta, afinal de contas esta é a história que invento na minha cabeça) fugiu com a massacrada modista. Tragicomédia de cordel, piroseira de aldeia, Camilo Castelo Branco em versão blogger. Serve o propósito. Acabou sozinha, destroçada, humilhada mais uma vez, numa idade que já não fazia dela uma debutante.
Faria hoje, se tal fosse verdade, 8 anos que tal aconteceu. E continua a vestir, continuamente, o mesmo vestido inacabado, ditando ordens a uma modista imaginária e julgando ver, dia após dia, surgir aos seus olhos, consumadas, todas as suas aspirações. Já que nada mais o fora, que pelo menos isso o seja. Perfeito.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E no fim

Uma vez que começas a cair não podes parar, nem sequer para te levantares e beberes um copo de água. Ficas ali, imóvel, a suar, expulsando até à última gota a dor que revolve nas tuas entranhas. São horas intermináveis em que pensas que nunca mais poderás voltar a viver, que o melhor seria ficares adormecido para não ver mais nada.
E chega o momento de saires de casa, ainda com a cabeça feita um desastre. Durante 3 horas és capaz de compartilhar trivialidades, cerveja e mais nada. E no último instante, sem contar, as pernas falham-te, e sabem logo de antemão que alguma coisa aconteceu. E ganhas a sensação de que vem outra noite sem dormir.
Gostavas de parar o tempo há meses atrás, quando ainda podias aspirar a encontrar algum equilíbrio. De noite, a comiseração quase te faz rebentar a cabeça. E esse alívio é agora uma dor profunda e, apercebes-te, estúpida. Chegas à estalagem e apenas te apetece queimar tudo, fazer desaparecer cada móvel, espelho ou almofada que te faça lembrar dela. Porque construíram isso juntos. Agora tens de destruir a pessoa que criaste.

A derradeira coisa que podes fazer quando te encontras assim é apagar tudo isso com álcool. Preparas-te mais uma vez para sair, entre as vozes na tua cabeça, sair à rua para respirar. Mas como sempre cometes excessos. E aí a queda será duplamente espantosa.

Isn't it beautiful?

Outra vez o som da melancolia. À primeira hora do dia chegou-me o vento do Sul, recordações de canções em inglês, noites de 24 horas, confissões, autocarros e eternas despedidas.
Who am I...?
Perguntava-to de novo se pudesse.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Lisboa, Lisboa (...)" - pt III

*ring-ding-ding*

- Tou?
- Tou? Zé? Olha, pá, não sei como arranjei isto, mas tens de me ajudar...
- Então? Que se passa?
- Pá, 'tava a ir para casa no autocarro que me disseste para apanhar e um tipo com bué de má onda encostou-se a mim e disse-me "mano, tens um relógio muito bonito...", e eu vi logo que era filme, então saí do autocarro na primeira paragem a seguir e vim para um café! Meu, 'tou um bocado flipado com isto tudo e (...)
- (...) 'Pera lá, 'tás a fazer filmes, pá! Isto não é Nova Iorque e nem toda a gente te quer assaltar! Vocês do Norte ouvem umas coisas e vêm o "Zona J" e pensam que aqui é tudo gangster! (risos) Relaxa lá, tem calma e diz onde estás que eu vou-te buscar e vais ver que não tens nada que te preocupar!
- 'Tá. Não sei bem onde estou... Espera... (fffrrrfffrrr) ( - olhe, como é que se chama esta zona? - ........ - Ah sim, obrigado!) - Tou? Zé?
- Sim?
- É Musgueira.
- Diz...?
- Musgueira. O senhor do café diz que se chama Musgueira isto.
- Não saias daí. Tira o relógio, eu vou já para aí...


Lisbon wins.

SMS

- tás acordada...?
- mais ou mens...
- :)
- q s passa?
- nd. tou sem sono. tava a ver s me davas motivos p eu ficar acordado... ;)
- hum... q fazes amanha de manha? ;)
- hum... nd... ms pk? ;)
- pk eu faço! p isso DEIXA-M DORMIR!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Febre

Podia ser por culpa da temperatura, mas voltou a recordá-lo. Imaginou-o como um ser humano, uma pessoa que vive e caminha, mas a quem não podia chegar fosse por que meio fosse.
Era a impotência que a confundia. Era o ser dele que a levava até ao limite dela mesma. Eram as suas mãos as que conseguiram afastá-la dele.
E ainda assim ela continuava a achar que ele estava a desfrutar de umas férias eternas.

Assim como assim, nada valia a pena, nada era real. Nem um, nem dois, nem três, nem quatro. Nem ele.
"Que se foda"

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Eu?

Quem diria que algum dia ia ficar contente por ver um dia de sol e temperatura primaveril?
Eu? - Que só gostava de dias cinzentos e frios.
Eu? - Que sonhava com uma casa à beira-mar em pleno inverno irlandês ou uma cabana de montanha na Noruega.
Hoje sonho com uma esplanada inundada de sol, encharcada de luz, aí, perto de ti, onde tu te perdes entre flores de sakura e sóis nascentes.
É o que tu és.
Um admirável mundo novo.

My Little Anarchist

Sabes o que mais gosto em ti? Teres uma agenda e não saberes usá-la. Teres toda a tua vida desorganizada em folhas de papel.
És o caos no meio da ordem.

Love? It's Overrated - VII

- Por favor, diz-me que foi tudo mentira.
- Não posso. Caso contrário, fico louca. E foi sempre pela ideia de "nós" que eu estive apaixonada. Nunca por ti.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ronronices - IV

Sabemos que temos um gato em casa quando por cada asneira que ele faça somos nós que ficamos com remorsos.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ronronices - III

Sabemos que temos um gato em casa quando temos mais arranhões nas mãos que cortes na cara depois de nos barbear.

Ronronices - II

Sabemos que a nossa casa pertence agora ao gato quando, mal nos levantamos, a primeira coisa que fazemos é pegar na ração em vez fazermos o nosso pequeno-almoço.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Listas

Tenho demasiado tempo livre para hoje. Depois de ter cozinhado, ter jantado, lavado a loiça, e ainda ter arrumado a gaveta da roupa interior, decidi compilar uma série de dados absurdos.

- A odisseia capilar:

indicadores sobre a altura certa para cortarmos o cabelo

Será a altura certa para cortarmos o cabelo quando:

- o gato se assusta assim que saímos da cama
- nós nos assustamos quando saímos da cama
- a primeira palavra que ouvimos de manhã é "wow...!"
- gastamos mais champô do que gel de banho
- no fim do banho parecemos um membro dos Kelly Family
- as pessoas pedem para fazer festas no nosso cabelo
- mesmo sendo Inverno não temos frio nas orelhas
- ao fim da manhã parecemos um Cocker Spaniel
- ao fim da tarde parecemos o Michael Jackson (quando ele tinha nariz)
- ao fim do dia parecemos o Ludacris
- começamos com mariquices ("Emprestas-me o teu guarda chuva? É que lavei o cabelo hoje..." ; "Hoje usei amaciador!")
- o gato prefere mordiscar madeixas do que brincar com cachecóis.

Por fim, o indicador máximo é o de que o cabelo atingiu o ponto de "massa crítica", possuindo a partir desse momento todo ele a capacidade de ganhar vida e inteligência, dominando toda a vontade que tenhamos de ir ao barbeiro.
Sim, barbeiro. Porque se for cabeleireiro, ele permite.
Ir ao barbeiro é morte certa. Ir ao cabeleireiro é como dar-lhe poderes tipo "Power Rangers" no final do episódio.

Ronronices

Indicador sobre a altura certa para cortar o cabelo: quando o gato se assusta assim que saímos da cama.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Love? It's Overrated - VI

Dois corpos jazem nús na cama, atirados um para cada lado depois da fúria que os devassou. Repelidos pelo que antes os unia.
A mão dele segura um cigarro. Inspira o fumo em silêncio, e expira espirais cinzento-azuladas contra a luz da persiana num murmúrio teatral.
A mão dela, caída sobre a beira do colchão, segura um frasco de comprimidos. E, não respirando já, foi a primeira vez que se sentiu viva.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Coisas & Cenas

A produtora de que Brad Pitt e Angelina Jolie são proprietários comprou os direitos sobre a história sobre os mineiros chilenos.

A isso é que se chama "enfiar dinheiro num buraco."

Valham-me as minhas fodinhas nazarenas

Luciana Abreu e Ya... Yann... o respectivo, que foram recentemente pais da Lyonce Viiktória, vão mover um processo judicial contra a Rádio Comercial por considerarem o jingle "O Nome da Criança", referente à filha do casal, ofensivo.
O casal fez saber, através de comunicado oficial, que «o spot difundido pela RC é claramente ofensivo e um atentado ao bom nome da filha do casal.»

O Tribunal da Relação já emitiu um comunicado afirmando que não irá aceitar a moção judicial por insustentabilidade da mesma:
" - Lyonce Viiktória é de facto um mau nome."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Das Injustiças

O governo vem fazer cortes de 30% no orçamento das escolas privadas com contrato de associação por esse país fora. Ouvem-se já as vozes da desgraça: despedimentos em massa por falta de averbamento para regularização salarial; redução de horários; redução de actividades curriculares e extra-curriculares; o criacionismo a ser ensinado nas aulas de Biologia, em conluio com os professores de Religião e Moral, ou Formação Integral, ou seja lá o que for com que a Igreja fintou a Constituição laica; salmonelas nas cantinas; o Apocalipse.
Um escândalo.
Concordo que haja realmente uma injustiça a ser cometida despudoradamente contra algumas dessas escolas, que apresentam um projecto educativo verdadeiramente alternativo, com conteúdo e com vontade de fazerem mais e melhor; outras, perdoem-me, mas não passam de um sorvedouro.
E contra mim falo. Eu frequentei, felizmente e infelizmente, uma escola privada em regime de contrato de associação. Reconheço (antes que venham dar-me caldos) que de facto, era uma escola imbuída num espírito diferente de outras que frequentei mais tarde, embora como professor; reconheço ainda que de facto, estive incluído num projecto educativo que me propôs mais do que a simples frequência escolar, desenvolvendo em mim muitas mais competências do que a simples tabuada e a resolução de problemas, como fumar na casa de banho às escondidas do contínuo; reconheço, sim, que fez de mim muito do que sou hoje. Para o bem e para o mal.
Reconheço ainda que, a par da vontade própria e dos meus pais, concedeu-me uma cabeça para pensar por si mesma. Assim sendo, tenho de falar.
A mesma escola, através de uns quantos veículos facebookianos (professores, alunos, ex-alunos, e o arroz da cantina, que ainda é mesmo desde a data da fundação) veio pedir-me que me juntasse a eles, para me manifestar, para fazer "barulho, cantar, dançar (...)" nas ruas de Braga aquando da visita do candidato a PR / PR em funções / Darth Vader. Acho válido. Vamos encher um autocarro e fazer uma visita de estudo com os alunos a uma manif. Assim sempre aprendem que não é só nas traseiras junto da capela abandonada que se fumam uns charros, e não é só n' O Brasileiro que os finos são baratos. E sempre os mantemos ocupados. Com coisas e cenas. Tal e qual como na escola. Eles nem vão dar pela diferença.

Cortemos na chacota. Avancemos.

Pois muito bem. Associo-me. Junto-me. Só não me façam fumar charros com os miúdos nem dançar. Mas antes disso, ressalvo a posição. A minha. E ponho os pontos nos "i".
Faço-o pelo sítio onde passei mais tempo até hoje, mais até do que em minha casa. Faço-o pelo Colégio das Caldinhas. Mais nada nem ninguém.
Porquê? Porque de pessoas, apenas vejo fotos de professores. Óbvio, não vamos oferecer menores à devassa das câmaras. Mas vejo aí o "salvem-me o emprego" a passar-lhes atrás dos olhos.
Porque eu fui prejudicado, ao longo da minha escolaridade, por pessoas (algumas delas ainda as vejo nas fotografias) que não souberam gerir, não souberam ser, não souberam estar à altura do "projecto" que defendiam / representavam. Não consigo calar-me. Não consigo conceber como fiquei 3 dias suspenso aos 15 anos por "demonstrações de afecto" no intervalo. Não consigo entender como fui exposto a vergonha pública por beijar a minha namorada. Não entendo como um colégio pertencente à Companhia de Jesus, que prega o amor, a liberdade de expressão, a liberdade enquanto aluno, cidadão, Homem, castra-me dessa forma. Lá está. Deu-me uma cabeça para pensar, mas desde que ela fosse usada fora dos portões. E assim aprendi o que era ter dois pesos e duas medidas, e o que é preciso para fazer de nós hipócritas. Em nome das ciências educativas, claro. E tudo muito cristão, como é óbvio.
Não concebo que, após ter abraçado uma "reforma" educativa , um projecto conjunto proposto pelo Ministério da Educação e pelo CC, no início do ano de 1996, em que seria criada uma alternativa ao modelo "Inglês / segunda língua" e à "Área Tecnológica" no 3º Ciclo do Ensino Básico (7º, 8º e 9º anos, pelo menos na minha altura), que consistiria no ensino de Música. Obviamente que para mim, que com tudo o que metesse língua e fala me via à rasca, e nunca tive propriamente muita queda para as marcenarias / desenhos, e nunca vi grande utilidade num rapaz de 13 anos aprender (para a sua vida enquanto homem adulto) a bordar, optei pelo mais confortável. E assim andei 3 anos feliz da vida, a ter aulas e a idolatrar um homem pelo qual ainda hoje tenho veneração e guardo como um dos poucos Professores (com um enorme "P") que aquela casa ainda hoje tem. Transitei em tudo, quase um "Suma Cum Laude", para o Secundário. Na mesma casa, contra minha vontade, que já algo me cheirava a esturro.
10º ano. Ainda hoje acho repugnante como nunca me dirigiram uma palavra, como ninguém me explicou a situação, como fui tratado como um miúdo. Como apenas comunicaram aos meus pais que, devido a uma nova "reforma", ou devido à anterior conter um lapso, ou apenas porque eles eram uma cambada de imbecis, dado que não tinha frequentado uma segunda língua no EB, teria de compensar, segundo um qualquer iluminado em Lisboa, com uma segunda língua no ES, com prejuízo da primeira, que seria o Inglês no meu caso. Resultado da comédia: fiquei privado durante 3 anos daquilo que eu considero a minha língua "madrasta". Foi-me suprimida a avaliação a Língua Inglesa, a qual seria um mimo para mim para me subir médias e compensar as minhas inaptidões em Químicas, Matemáticas e afins; foram-me "propostas" duas "segundas línguas", mas as que eles queriam (que era para não dar muito trabalho): Latim ou Alemão. Claro. Nunca se sabe se vou ter uma sessão espírita com o Nero, ou entrar num episódio do "Komissar Rex". Ainda pedimos Francês. Pelo menos uma língua que ainda estivesse viva, que não fosse usada apenas para vermos a RTL e que nos permitisse pedir para os franceses usarem desodorizante.
Mas não. Enfiaram-nos em Alemão. E a hecatombe foi maior do que alguma projecção desses senhores ou dos palmípedes em Lisboa podiam prever. Arruinou-me o Secundário. 'Tá bem, eu sei que sou um preguiçoso, e podia ter feito muito melhor. Mas toda a gente sabe que o Secundário vive do equilíbrio de disciplinas para manter uma média. O jogo passa por aí. E eu fui duplamente traído, meus senhores. Perdi um avançado inglês de nota 20, e ganhei um alemão que mal se aguentava em pé quando entrava em campo. O resultado foi catastrófico.

E não, nunca vou perdoar o Colégio das Caldinhas, por isso. Por terem, de certa forma, por inaptidão, hipotecado o meu futuro. Porque pelos vistos, há alunos e alunos. Estes que estão agora a frequentar o Colégio, serão prejudicados por "cortes orçamentais". E isso mexe com os bolsos de quem lá trabalha. E no meu caso, o Ministério quis também prejudicar alunos. Éramos 5. Ainda me lembro dos nomes. Mas nesse caso, não havia bolsos vilipendiados. E então, as mesmas pessoas que me estendem agora a mão para as ajudar, cruzaram as mãos atrás das costas, ajeitaram o bibe e receberam uma imensa festinha na cabeça do Ministério, ele não lhes tirou os chupas, e mandaram-nos vir ter connosco para nos porem na linha. Houve manifestações? Houve protestos? Associação de Pais que nos valesse? Correntes de SMS's, t-shirts?
Não.
Houve cinco miúdos. Cinco Encarregados de Educação, uma carta assinada e perdida algures em Lisboa no ME. Duas reuniões com sei lá bem quem na direcção. E três anos de um calvário imenso, um Zeitgeist (que é para mostrar que pelo menos sei mais em alemão que apenas os números) que se manteve, nos subjugou e por fim nos roubou oportunidades face a milhares de outros alunos neste país.

Querem que me associe à vossa causa?
Não.
Associo-me, isso sim, àquilo que eu guardo para mim, como a escola onde cresci. Não a escola em que os senhores transformaram isso, sejam quem forem. A quem o barrete servir, be my guest.

Ah, mais uma coisinha. Os quase 10 anos que tive de suportar a GERTAL a gerir a cantina deviam ser-me restituídos. Ninguém merece ter de comer aquilo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Meio - poema II

Chegou
com a agressividade
de um vento
tépido,
sorrateiro,
ligeiro,
abanou-me...
... e partiu
sem olhar para trás
deixando poeira
de cansaço e mágoa.
Fugiu.

Meio - poema

Eu desejava que as minhas palavras
Fossem somente de amor para ti,
mas o impulso da minha emoção
Arranha e agride,
transgride a essência de todo o meu sentir.
Para que não me doa
Mordo.
Para que não me magoe
Minto.

O Princípio é o Fim é o Princípio

Encontrei, por acaso, o teu poema, perdido num pedaço de saco de pão, daqueles de papelão amarelado. Estava perdido no espaço; entre o balcão do mercado, algures no 25 onde o escreveste embalada nos solavancos, com as bagettes apoiadas nos joelhos e a caneta a furar incessantemente o papel, e finalmente em casa, caído atrás do frigorífico.
Agora está lembrado, nas cinzas que ainda fumegam no cinzeiro e nas recordações que teimo em guardar.

Do you close your eyes when you kiss me?

Não fui feliz. Não fui.



Por isso evitei os teus olhos sempre que pude beijar-te.

Love? It's overrated - V

Ele entrou no comboio, deixando-a especada na plataforma com os braços colados ao corpo desalinhado na comoção da partida. Sentou-se de costas, onde não pudesse vê-la.
O comboio pôs-se logo em marcha apressada, e no apito rouco da locomotiva gritava o impudor de uma nota de alívio.

Ela quis chamá-lo, para lhe dar um sorriso, mas ele já ia longe, sem nunca se voltar. Como quem não tem frente, como quem só tem costas.

Love? It's overrated - IV



Ela: (remexe o cubo de gelo no copo) - Não confio em Gémeos. Têm sempre duas caras, são uns sacaninhas bipolares e dissimulados.
(sorriso sardónico; olha-o nos olhos) - Em que mês é que tu nasceste...?

Ele: (põe o cachecol e sacode a manga do casaco) - Nunca confiei em alguém que nascesse no dia 1 de Abril.
(acende um cigarro; olha pela janela) - Acho que nem preciso de dizer mais nada.


O cigarro ficou a arder sozinho no cinzeiro.
Ela continua até hoje a remexer o cubo de gelo.

"Lisboa, Lisboa (...)" - pt. II

Da mais recente incursão por terras das Tágides, ficam as considerações:

- A cidade já não cheira tão mal (mas por outro lado, é Inverno, e eu estava constipado, o que por si só é um bónus);
- Continuam a reinar os sabonetes de casa de banho espectaculares. Desta vez, côco. Nada mal.
- A Optimus parece simplesmente não existir por aqueles lados.
- Em compensação, a Vodafone funciona muito bem, mas só para alguns. A consciência que opera equipamentos rendidos a essa operadora é que não funciona, definitivamente.

Lisbon wins.