quinta-feira, 6 de maio de 2010

Entre mim e eu - pt. I

Respira. Respira bem fundo. Concentra-te. Não podes desviar-te um segundo que seja dos teus objectivos.
- Que objectivos?
- Os teus sonhos.
- Não tenho sonhos. Apenas ilusões, etéreas como flocos de neve que derretem mal os apanho na mão.
- Transforma-te. Transmuta-te. Encontra uma forma de tornar essas ilusões em caminho possível. Concentra-te. Aniquila-te. Liberta-te.

Não consigo. Não sei o caminho. Não tenho a quem pedir direcções.

- O que tens tu?
- Nada. Uma mão cheia de um grande nada. 25 anos de devaneios. Vinte-e-cinco, bem contados. Meia dúzia de canções e outras tantas cordas.
- O que és tu?
- Sonho e nervos. Consumo-me em sonho, em delírio. Sou nervos, todo eu. Todo o meu corpo é vida frenética, mas uma torrente sem rumo, a ser implacavelmente absorvida pelo deserto que atravesso.

Sim, sou isso. Sonho e nervos. Um espírito demasiado maior para um corpo que se desmembra e requebra de tão duro que é.

1 comentário:

Anónimo disse...

In this short life there's no time to waste on giving up..
Caiste 9 vezes..
Levanta-te 10!
Tenho dito..
Beijo**