quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Manias da perseguição


ficção

s. f.
1. Acto! (Ato) ou efeito de fingir.
2. Fingimento.
3. Invenção (fabulosa ou engenhosa*).
4. Fábula.
5. Dissimulação.
6. Suposição (do orador para abrilhantar** ou reforçar o discurso).


Repeat after me. Read my lips.
Fi-fuckin'-ction.
Entendo que o acto de ler nos deixa a margem de manobra para retirarmos o sentido que quisermos de um texto, mesmo que isso tenha as consequências desastrosas de tirarmos livres ilações do manual de instruções de uma pistola de pregos, apenas como exemplo.
Agora, quem lê e acredita piamente que algo foi escrito para ele, só para ele, que ele é o visado, ainda para mais quando lemos algo ficcionado, bem, news flash: tem um problema bem sério para resolver.
Entendo também (não sou assim tão injusto) que quem diz o que quer, arrisca-se a ouvir o que não quer. Verdade. Mas também ninguém é obrigado a ouvir as palavras da primeira instância.
Which brings me to :

ENTENDO ainda por cima (porque para além de justo sou um tipo sensato) que se nos sentimos de alguma forma melindrados pelas palavras ouvidas numa primeira instância por: a) não termos conseguido furtar-nos a cruzarmo-nos com as mesmas (ainda que isso derive de uma escolha premeditada de vir aqui e ler o que escrevo, o que logo à partida retira toda a validade ao discurso) e b) acharmos que por um acaso remoto, somos nós os visados pelas palavras, mesmo quando (suspiro e reforço) tudo se trata de ficção - que haja direito ao uso do bastante democrático "Direito de Resposta"; news flash mais uma vez: isto não é um jornal, trata-se de merdas, baboseiras, palermices que escrevo. Se viso alguém, ponho nomes. Se exigem um qualquer tipo de direito de resposta, pelo menos identifiquem-se. Que eu conheça, só D. Quixote lutava contra moinhos de vento.

Have a nice day, everyone.

*: gosto da parte do "engenhosa", inflama-me o ego;
**: gosto do abrilhantar porque sim.

Sem comentários: